A SENSUALIDADE VERTENTE
 
 
Piratas bebendo sonhos
Sonhos piratas
Descubro esta noite
Barcos a deriva
Apoiados numa gangorra
As marés ensaiando
Quem deverá morrer
Também vim matar
Tenho uma sede
Não há nada em meu copo
Apenas olhos
Que invoco quem se atreve
Sente o que sinto
Senta e me sirva
Qualquer drink
vê estes lábios roseados
frio do que por dentro
quero aquecer lá fora
 enlouquecer o agora
as cerimônias
e os causos mais loucos
são poucos e tolos
seja um instante atrevido
não persiga
as respostas da dama
que tem um colar
de prata sem argolas
são amarras que descem
pelas minhas costas
até as pernas
sobem de volta
por tudo que pode
ser seu
se acaso souber
descer derramarar
soltar minhas agonias
deixar a fêmea maldita
presa na caverna
aflita roubar seu leite
neste copo vazio
das mãos suadas
ainda que frio possa parecer
meus olhos
eu seguro  meu tesão sofrido
quero suas manhãs
deitadas sobre mim
nenhum desses
enfeites baratos
dolce & gabbana
eu prefiro sua água
flower by kenzo
e outras armadilhas de pele
também tenho
quero o cítrico
da musculatura rígida
que ataco por querer
persigo isso
que vive em você
deixo meu endereço
num bilhete guardanapo
sem batom dobrado
tem apenas o número
e as reticências
alguém já me seguiu antes
descubra quem tem meu segredo
não pergunte nada sobre ontem.