LUCINO MANCAS
 
 
O deselegante sincero
Vasculha o desejo
De encontrar
Quem perde e não se importa
Qualquer porta
Que se abra
É um convite mudo
Sentindo fundo
Não precisa de nada
Nada já me é tão caro
Carros loucos
Envernizados de brilho
Quem ocupa nunca tem
Desmentem o que veem
As gatas paradas
Os doces de boca
São delícias
Enfeites de malícia
preparados
Acostumam a ser assim
Mentem muito p’ra si
 uns aos outros
Suas coisas postiças
Uns e outros
Suas coisas mestiças
Querem parecer únicas
Ele vaga conflito
Aflito com tudo que pode
E não tem força alguma
 A força brota
Do que nasce
Por estranhamento
Quer descobrir
Quem descobre fórmulas
Manipula o dia
Transborda noites
Em delírios fanáticos
Crentes estáticos
Fantasiados
Num vício concreto
Conceito de rico
Felicidade e prazer
Nunca nada a temer
A não ser perder
O conceito fascínio
De escolher
Carregava um fardo
De sempre antever sua sina
Perdeu todas as vidas
Que tinha
Perdeu-se na sua
Uma bengala que não tolera
Outros gritos
Há gritos de mais na rua
"Desce as esquinas
Dos sinos dobrados
A toda gente miúda
Talves pudesse
Disse ele
Usar isso como minha
Desculpa!"