Equívocos
Que o silêncio
Enlouqueça as horas.
Derrube garrafas, copos
Os troços,
Os traços,
Os tratos feitos.
Pois que arda
Esses fios de memoria
Irracionalmente,
Despretensiosamente.
Que as manias se dissolvam
Nos vãos das vontades.
Vento pelo chão.
Murmúrios arquivados
Nas gavetas tremulas.
Dos toques anunciados...
Desculpas tolas brincam
Revelando suas intenções.
Já não me importam
Teus olhos,
Teus erros,
Tuas desculpas...
Tua fala miúda.
Me descolo
De teu colo.
Lavo o rosto.
Me gosto mais
Que o desgosto
De tua ausência.
Que se dane
Os ruídos,
O cheiro do perfume
A luz acesa,
As pegadas na sala.
As preposições,
Os artigos indefinidos.
Essa merda de verbo...
Nos nós
De nossa história
Quebrada dentro do peito.