Equinócio
Já que tudo tem seu tempo
E há de se ter paciência
A vida, sem incremento
Perpetua a complacência
O teu quarto adjacente
O valor do teu sorriso
Veja, tudo é impreciso
Resta o nada, entrementes
O luar que perfuma a rua
A fumaça que veste teu corpo
Faz da rotina, prece tua
Faz da estrada, caminho torto
As promessas ditas à esmo
São feitas de pura urgência
Ainda serás sempre o mesmo
Mesmo à morte, na iminência
E antes que pense e desista
Desse tempo tão vulgar
Não te peço que insista
Só que possa, ser, estar...