NAS LACUNAS ANTÍPODAS
 
 
Leve adiante
Esta perseguição
Alucinada que tens
Eu sigo os outros
E fica tudo bem
há sorrisos marotos
Gosto de uvas temperadas
E música de corpo
Nos lençois da mata
Descobrimos cogumelos
Esquisitos
Alguns deles
Outro amigo tinha
Visto primeiro
Me ofereceu sua vontade
Fora de moda
A moda era viver a vontade
Quero traze-la junto
Ao tudo bronzeado
De fogo e lenha verde
Pra que sejamos
Benzidos de entes
Adormecidos
Nos comendo
Como se fossemos
Antes de sermos nós
Mesmos a caça
Ela devolve o pêndalo
Feito em pedra proscrita
Quer a liberdade
De ser comida
E nunca nenhuma jóia
Se interessa por isso
Querem antes
Na carência
Viver a falência dos sentidos
Tomam banhos purgados
De ervas colhidas
Sentam e cantam
A desordem
Que a ordem disse
Ser a verdade
Escondida
Os mistérios das tábuas
Os manucristos
Folhados e sujos
Tem um cheiro
De passado
E o recado diz o mesmo
Que nós sabemos
Nos cadernos novos
Que as espirais apenas prendem
Preenchemos de lábios
Surdos
A voz é um toque
Supremo
Nossa voz é um escudo
Nada vemos...
 
 
 
 
 
 
 
 
João Marcelo Pacheco
Enviado por João Marcelo Pacheco em 30/09/2014
Código do texto: T4982784
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