RAQUEL
tão jovem, Raquel
poderia ser Cinderela, ou Rapunzel
mas não via em si heroína
tampouco figura tão bela
carregava nos ombros as ruínas
daquela velha casa amarela
e de sua vida de papel
Tartamuda, Raquel
conversava com as estrelas do céu
então durante o dia se encolhia
de tão pequena se confundia com a relva
carregava nos ombros o que nem sabia
cada dia mais íntima da selva
seguia o rumo do riscar da cascavel
É assim a vida de Raquel
que poderia ter sido Cinderela ou Rapunzel
mas não via em si condição
tampouco qualquer certo poder
carregava nos ombros um pesado coração
aquele um tão difícil de se ter
aquele à sombra da torre de babel