Escrevo Clichês
Estou tentando fazer uma poesia sincera. No I pod: o blues abraça a saudade.Os ruídos da cidade são a nossa canção.
Meus amigos estão nos livros,nas minhas recordações. Agora falo bem pouco, tenho bem menos a dizer.Ouvindo velhas histórias, de muitas esquecerei. Crio minhas fantasias, viajo no arco-íris.
Das roucas vozes do blues, tiro a inspiração. Faço poemas sinceros,nem novos,nem maus ou bons , apenas versos bem simples, de frágil imaginação. Escrevo clichês pros covardes, prá quem não sabe dizer, Prá quem não espera nada, trago frágeis esperanças .
Ela está esperando a morte, mas eu não sei consolá-la . Sei escrever essas coisas, reescrever essas histórias, refazer os sentimentos que se prolongam há anos.
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( Poema feito a partir de uma pergunta de Mário de Andrade : "escrevemos para nós ou para os outros ?" . Eu gosto de dizer que escrevo para quem não lê poemas, para os desesperançados, para os tristes. Escrevo para contar as suas histórias. quem sabe alguém algum dia,se compadeça deles. Talvez eu possa ajudar em alguma coisa, escrevendo. Será ? )