NA BEIRA DO NILO
 
 
A esfinge prostrada
A frente de um sol
Que séculos
São tão intensos
Se buscados
Pra sentir a outrora
Que logo areia
Tão vermelha
Fumaça cuspida
Por Deuses
Já banidos
Testemunhas vivas
Dos mortos de história
Que honram glórias
Mal sabem da descida
As pequenas partes
Voam sobre entes
Adormecidos
Misérias ruídas por vento
Lento passado
Que dorme ao lado
De uma coisa
Tão nova visita
Outra coisa que as vistas
Ainda perseguem
Navegue mares
Descubra terras novas
Construa viveres aos
Abutres da terra
Nós fomos antes
Mais mágicos
Tão trágicos
Não morríamos de saudade
Morríamos antes
De sagrado
Debaixo do solo
ainda que longe
guardados
em críptas-mortem
adorados
vejo seus sapatos
os mais caros
e nada me dizem
quem são
caminhas se alucina
deslumbra
lá embaixo onde
me descobriu reinando
ainda entre jarros
e vinhas de palma
empedrados
pedra maldita talhada
deu-me sol
tua descoberta fascina
a muito não via
escravos junto a
minha morada.