METICULOSA
 
 
Havia lamento  demais
Deixados pelo corredor
Luzes calmas
Odor nervoso pueril
Desejava exigia controlava
Sabia ao certo que
Ela iria atender
Seus anseios secretos
Há qualquer simbolo
Mentiroso
Sobre o dorso
Da porta
 Que vai haver
Não seria nada sagrado
Antes o delgado
Humilhado por seu Deus
Entregava agonias
Porque ela mesma
Então mentiria
Apostava no meu sentido
Banido deixado
Como força estranha
Antes da suas entranhas
Serem todas
Elas possuídas de mim
Há um gosto divino
O que cala no divino
Quer depois se entregar
Por isso me chamou
Mandou alguém
Contar suas palavras
Que belas ficariam
Na sua boca
Agora mesquinha
A raiva entorpece
Os olhos
Olhos famintos
Que buscam onde se aninha
Esta malicia contida
De cartas falsas
A balsa do terminador
Não me deixava avançar
Deveria pagar
Com moedas de prata
E um saibre
Como presente
P’ra o  poente
Que será resguardado
Até onde chegarmos
Depois de saírmos
Todo mistério invocado
Pra desonra das horas
De toda crença imatura
Que se perde
No desejos reais da carne
A desilusão contida
Por artifícios
O risco é sempre bem vindo
O medo traz vertígens
Pro segredo
De se ter ela
Pela primeira vez
Depois de um beijo
Num relance de bar
Eu continha em mim
Algo ainda mortal
Ela imortal banhada
De pétalas de uma flor
Que vicia
Água como sangue
Derramada
Vela que no chão derretia
E contava tempo
Estanque meu vaso contido
Até agora vestido
Ainda de pele endiabrada
Querendo sair
Ame o que se esvai
E vai ao fundo desse abismo
Os ecos verões
Que verá
Ouvirá o que dentro
Esperava viver
Destrua a força inventada
Só queria você
E de certo mais nada...