EU
Eu sou como uma arvore caída.
O grande vento jogou-me ao chão.
Minhas folhas, vestimenta encardida,
Despede-se da natureza com emoção.
Aqui estou e ficarei por enquanto
Esperando secar-me por inteira.
Meu destino - entreguei ao meu santo -
O Deus supremo de uma vida inteira.
Não tenho medo do sol, nem da chuva.
Sou apenas uma mísera árvore ao relento,
Esperando o lavrador colocar a luva
Para tirar-me daqui longe do vento.
DIONÉA FRAGOSO