A MORADA SEM VALES
 
 
Ensaia em casa
A saia de casa
Que outra dança
poderá resolver
mais um vez
as dores da resoluta
mulher que vive
rodeada das misérias de si
cai os tons covardes
entram as glórias
as manias hermanas
que invadem
seu pequeno chalé
dentro de um quarto
num lugar entre os fatos
que permeiam
seu olhar ainda frio
olha o canto vazio
onde deitou ontem a noite
no fervor de um amante
ponhe o diamante recebido
embebido de transas
as alucinantes
lanças que perfuram
o que depois
se sente amaldiçoado
nada foi amado
havia um viajante
querendo vestir-se
de senhor do meu lugar
deixou postar
a carta coringa
do dia seguinte
que guarda sempre
pra que sua ouvinte
veja sua beleza mascarada
mascada de palavras
inúteis
eu tenho em mim
também a fútil
e todas aquelas
criaturas que ontem
viveram
e beijou antes
de me ter por mais
de uma mulher
e resolver
visitar meu mundo
este estranho fundo
que envolve
é uma pré-idade
da noite acolhida
serei por demais
outra louca face
pra nunca nascer
a mulher perdida
que já se via despida
amada possuída
eu travo a batalha
das amazonas
minhas veias possuem
destrezas
não nasci pra ser
vítima...