MEMÓRIAS HEREMITAS

 
O que foi feito
Pra ser assim
Sem o defeito ruim
Do amargo
Respirador humano
Que não vê
Suas semelhanças
Nas lembranças
Que tem
Dorme por entre elas
Acorda querendo delas
Outro dia
Porque alguém
iIuminou demais
disse a paz ainda
mora sozinha
de tarde abraça tempos
a noite chora mansinha
o orvalho
qualquer outro
sentido retalho
que vai ficando
no que segue andando
deixando sementes
sementes que não voam
nem sentem
parece orgullho
de ficar presas
ainda assim acesas
se abrindo
um colorido
por entre cinzas falsas
criam asas
sem ferir
cores caladas
que morrem na calçada
detalhes do nada
absurdo em volta
a volta também escorre
depois que morre
de um certo veneno
das vezes que voltam
quem as vezes mata
por querer...