NO PEQUENO GOLPE DE VISTA
 

As finuras do delicado
sobre um rosto
a convite do improviso

O convite feito
P’ras leituras
Que lábios não falam
antes me invadem
supresa sempre 

Ao ver teus olhos
Tão azuis 
quanto anis estrelados
fumegantes
nublas meu céu
o "povoado "se perde

A voz provoca
Quando invoca na maciez
de palavras 
que lavras com apego
sem desejar

Vindos do fundo
De algum lugar
 a fala que permite
sonhar
Que me pergunto
Se não posso adorá-la
sem a verdade

do caso de
uma rainha
a espera da ladainha
do viajante confuso
qual pergunta
uma valsa ainda
não houve de certo
modo n’outra estória
que penso agora
poder já ter feito
és um perfume caro
deixado num catre
sobre luzes
deitado aberto
gotas num contra passo
de sonho

pareço que danço
quando alcanço
suas mãos pedindo
um nada obrigado
do sonho acordado

galega dos prados
loiros trigais
em madeixas
que vão desenhando
quando deixas
 as emoções do perigo
de se esquecer
o ser da essência
que aparências enganam
"a noite perversa
no dia mais claro
acontece"
há um surto que dorme
aceso
no púdico convocado
a existir
este toque suave
é mais grave
quando se faz sorrir
por estes mesmos lábios
que cantam versos
na razão dos mistérios
das divas particulares
no jardim do Éden
a se divertir
se vestir das folhas
cobrir-se de honras
com flores
és o que canto
ao te ver
sem possuir.