DENSA

Cala-te!
Que o silêncio reverbera...

E tudo que foi lançado num instante e noutro
ainda pode me levar ao céu
porque a alma que desaparece
aparece e ressurge esmaecida
ferida,
caminhado lentamente sobre as pedras
(agora polidas) já não sinto as feridas nos pés.

E no silêncio inexprimível
percebo que meus olhos estão fechados...

... então, sinto os aromas e
os cheiros do cio da natureza
ouço os sons da Terra
a areia sendo levada pelo vento
as águas vertendo dos talhos profundos,
ouço a pena que cai
de cada asa de pedra e vem ter comigo
na tristeza de não voar.

E do silêncio nada restará
porque a escuridão é densa...

Absorve a noite antes mesmo que brilhem as estrelas
e eu posso ver daqui
com os olhos da minha alma
que o Tempo se fragmenta
enquanto buscamos uma razão para os nossos sonhos
e muitas vezes o espírito inquieto
não ouve das vozes da alma - o presságio
e sai a buscar aquilo que não pode ter.





Obrigada Tony Bahia, pela "PERFEITA" interação poética!!!

Calo-me,
Que o silêncio silencia
Diante de soberanos versos
Fico em teu abrigo Poético
Feito embarcações à deriva
Preciso dormir ao som dos versos
Es Poesia?
Sou versos!
Es palavras?
Es o universo
DENSA
Intensa como foi a outrora dos dias
Em fragmentos: Penso,
Nem sei se penso ou levito
Estou no ar com asas feito passarinho
criei asas de andorinhas
levito
preciso vomitar o que sinto
senão engasgo
e num marasmo
pálido
Plaino
Acordando a tez branca do dia...