CORPOS
Meu corpo arde
numa febre de delírio
e arfa de desejo
na inferno da paixão...
Minha carne dilacerada
pela vontade da sede,
se abre, se estraçalha
na volúpia de se dar...
O gozo ardente
pega fogo, incendeia
na fogueira do desejo,
na chama do profano...
A paixão grita fundo
no momento fulgáz,
até mesmo efêmero
de sonhar o sonho real...
Momento alucinante
do sentimento latente...
Suor, espasmo...
Alucinação sedutora...
Boca com boca
e olhos nos olhos...
E desejo e vontade
e muita sede e muita fome...
Sede de ti,
fome de ti...
Suor do gozo
supremo de gozar...
Confusão de corpos
cansados, extasiados
na girândola do bordel
de corpos despudorados...
Lupanar de entrega
num furacão perverso,
inesquecível, intenso
no vendaval da vida...
Corpos entrelaçados,
mãos frenéticas,
boca molhada...
vendaval do lupanar da paixão...