LA HERMOSA
 
 
O sutiã aparente
Que mente
Não estar querendo
Sair do verão
De dois gomos
Delicados
Escondidos
Prontos como
Ela mesma se faz
Olhando o embaraçado
Todo de preto
Parece mesmo
Sendo ele
O coveiro
Que enterará
Minha sutileza
Aqui desprevinida
Embalada
Pra ser a história
Que não quer
Despojos deixo cair
Sobre o nojo contante
Das madames
Ladainhas Infames
Que dormem
Desde que o trem partiu
Ainda que acordadas
Nada veêm
Apenas seus pés
Pesados de calos
da amargura
meu ventre aberto
até a cintura
deixo cair a segurança
que minha blusa
fazia
transparece o que
dentro sentia
ainda que vidrada
lumina estendida
a frente dele
olhos sombrios
não descrevem nada
há lugares de mais
pra o sossegado
a um corredor cheio
de vales e arbustos
e o rústico
se desenhando
logo no passeio
que devagar anseio
toco galhos
estendidos acima
minha desculpa
se veste morena
corada e rubra
espero o avanço da curva
p’ra derrubar
minha silhueta perversa
sobre um corpo
suado e bruto
quero ser benzida
descerei vestida
daquele vulto
que o sonho me dará vertigens...