VITRAIS QUEBRADOS DO AMOR
 
 
O fundo das mesclas
De vontade
Que havia ficado
Do desastre antes
Nunca anunciado
Que ele deixaria
Ela sofrer
Sofrer por um dia
A espera do recado
Papel em coma
Dormindo  branco
A espera que ele
Escreva
Se acaso apareça
Sem que ela saiba
Como se quisesse
Apenas deixar
Lembranças
Aromas já conhecidos
Combinados com sua
Ida
Que a vinda desfaz
Apenas por um dia
E ainda me dá coléras
E outras coisas
Que a vida inventa
Apimenta
Ponhe um fogo
Infernal
Depois apaga
Como se o mal
Fosse o caminho
Percorro a sala
Descubro um copo
Manchado
De qualquer coisa
Que ele bebeu
Bebeu mais do que
Foi o que tomou
Tomou foi meu
Calor “ficado”
Num batom da cor
Que esqueço
Pois permaneço
No mesmo tom
Entre o som das bocas
Perdidamente loucas
Sorvendo mais
Do que lá dentro havia
De se beber
Bebíamos o gosto
Da mescla das vontades
Agora descidas
Abandonadas
Esquecidas
Eu colho  as permitidas
Peças que não encaixam...
 
“havia um tempo em que
Ela vestia sua casa
De esquecimento
Vazio e roupas jogadas
Dormia num sofá
Velho rasgado
Das loucuras do passado”