Vampíricos


Quem a estas horas bate a minha porta,
E me acorda de milenar sono, estupefato,
Nem mesmo mais respeita a Nosferatu,
Por certo quer que mordisque sua aorta.

Quem se atreve a assomar meu castelo,
Em noite lúgubre, à busca de companhia,
Talvez venha para realizar minha fantasia,
De me saciar enfim neste infindo anelo.

Ah, por fim tu chegaste, entre suspiros,
Para realizar meus mais recônditos desejos,
De sugar teu sangue e entre tantos beijos,
Desnudarmo-nos e mostrarmo-nos vampiros.

Por todas as noites, até cada amanhecer,
Me perderei em teus seios, em tua jugular,
Serei insaciável nos momentos de te amar,
E, incansável, te extenuarei de tanto prazer.

E quando, por fim, um novo dia despontar,
Tu em meus braços a se recuperar, exangue,
Adormecerás sugando o néctar, meu sangue,
Com que retribuo à forma vampírica de amar.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 25/09/2014
Reeditado em 02/09/2017
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