O SILÊNCIO DAS PALAVRAS
Virei um açude involuntário,
estanquei em mim as palavras.
Foram presas na garganta,
como que cercadas em cubículo,
de cujas grades queriam fugir.
Calada a voz,
o coração disparou
e gritos sufocados
bramiam em meu peito.
Quedem, por favor,
para que eu dormir possa.
Em vão imploro,
arrastam-me elas
vertedouro abaixo...
desaguam meus olhos
e confluem com este rio.
Palavras soltas,
comportas abertas.
Eis meu poema!
Dalva Molina Mansano
25.09.2014
09:36