PAPOULA DESPERTA
 
 
Estas partes sagradas
Que não vivem
A dar as cartas
São a fonte emada
De toda sutileza
Suada fria
Quando me aproximo
Convido
O suor periférico
Do estérico que quer
Ficar escondido
Mesmo neste fino
Embaraço
Tecido que percorro
Todo espaço
Que afirma
Branca suave
Desabotoada
O lugar onde estás viva
Não posso tocar
Nem me permito
Avançar
Sua fronte revela
Nunca nada mais
Que novela
O diário convite
Que pensa antes
Que existe
O ser mulher dádiva
Calcada de pormenores
Seja sincero
Se quer me ter
Por sexo
Serei a adultera desavida
Do caminho vindouro
O golpe da paixão
Em ouro
Não me prende
Nem entende o que quero
Seja sincero
A respiração me ofende
Sabe o que quero
Tê-lo vibrante
Sem medo das puras
Criaturas
Que convivem comigo
Seus pêlos entre a camisa
Semi-aberta
Travam a guerra
Mais sincera
Do que as palavras abertas
Que o vento leva
E o que fica composto
Tem um gosto
Da taverna escura
A temperatura do proposto
Que está em nós
E quer sair
Então vamos sair
  Ofereça-me  um drink
vejo um viking
Faça um amor bárbaro
descarado
pra que tudo mesmo
se torne o vulto calado
que calor de infernos
brota em mim!