Onde o sol não toca

Naquele lugar, que seu ar me sufoca

Tão ruim é a brisa que me toca

Mesmo assim, há um credo no fato

Que o tempo enamora o espaço

Tão dificil é enxergar outro em seu lugar,

O seu fim é ali estar, só por imaginar

Que tudo não passou de um sonho mudo

Nas entranhas de um realismo fantástico

Onde o pensamento é um erro drástico

Na catarse dos versos inquietos,

Rasgados de peito aberto, a um corpo linchado

Na Terra, no reino do desagrado

Os astros são rastros, de um sentido intocavel

E na dúvida implacável, a dor agoniza

Enquanto se precisa, resistir

O externo lhe coloca para assistir

O império das sombras dentro de ti

Sob um sol que não toca o quarto fechado

Da sombra que se esconde, sozinho, deitado