Minh’alma
Escrevo para ser
Para nascer e conceber
Escrevo para penetrar
Inspirar e transbordar
De nada me queixo
Até que gosto de ter esta alma espaçosa
Que não cabe e mim e transborda
Não me queixo
Aceito este dom de olhar para o nada e tudo ver
Sentir e tocar
Escrevo para sair
Para fugir e ficar
A poesia me faz
Capacita-me a ser
Somente ser, sem eira nem beira
Às vezes sinto estar nua
Na rua me veem nua
Mas não o veem que desejo, o que imploro que vejam
Minha alma é espaçosa, mas nem parece
Às vezes se perde, não volta... Some
Briga com meu corpo por não haver espaço para o que mais importa
Então ela se esvai... Evapora