O fantasma do satélite
O fantasma do satélite
Vi um vulto na escuridão,
Uma ave rara ou um cromo de colecção,
Uma cinza que se pisa e não vale nada,
Nem merece o coração de uma fada,
Uma entropia na vista do horizonte,
Que não se assume nem aparece de frente,
Um rasgo de papel sem tinta,
Sem cores, sem alegria e nenhuma pinta,
Um borrão nos circuitos do satélite,
O curto circuito que se depenhou no zénite,
O voo de uma ave feroz,
Que não me deixa nenhuma pena,
E que tem um coração atroz!
Nenúfar 16/4/2007