REGRESSÃO

O passado se faz presente...

Sonho, devaneio, delírio gritam

no hoje, no agora, neste instante

onde castelos, masmorras e correntes se fazem

presentes... Roupas rasgadas no pano da vida

com correntes seguras em punhos e tornozelos...

Paredes fétidas, sujas e úmidas

e com um olhar a te olhar...

O chicote na mão, rígido e seguro

pronto a chiar, a bater, a acariciar...

Olhos baixos nas botas lustradas, brilhantes,

pretas como um espelho a refletir

os cabelos longos, desgrenhados a segurar

com força, com segurança, com rigidez...

Um cuspe! Saliva na fuça de cadela

presa e acorrentada por liberdade

com a possibilidade de tudo fazer...

Grito! Grito das entranhas!

Sem medo, com medo, com entrega...

Gritos que se transformam em gemidos

com o rasgar das vestes grudadas ao corpo

no suor escorrendo e arrepiando a pele!

O chicote cantando no ar e acariciando o corpo!

Arrepio! Frenezi! Êxtase!

O chicote faz amor despertando os sentidos

na dor e no prazer de ser tua!

Vem! Olha-me, devora-me

no ritual do canibalismo!

Nessa missa profana que me faz tua

e nesse grito verdadeiro que me transforma

simplesmente em um reflexo:

Reflexo da tua vontade!

carline
Enviado por carline em 22/09/2014
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