BANQUETE MACABRO
Sorve de vez tua ira, emborca a taça,
Deixe que na boca desça a amargura
Resguarde os teus sonhos, mas faça,
A tua parte, nesta hedionda loucura.
Jamais a paz encontrarás, enquanto,
Não absorveres todo o fel da língua.
Quem sabe venhas morrer a míngua,
Pois a morte não pode esperar tanto.
Os tênues fios que sustentam a teia,
São suficientes e fortes para o peso,
Da aranha e da vítima, que ela ceia.
E neste banquete macabro, indefeso,
O poeta romântico ainda galanteia,
Na ultima tentativa de escapar ileso.
marcOrsi