Qualquer coisa quase nova

Qualquer coisa quase nova,

rotura prematura de membrana.

Nunca vai chegar,

passado.

Que a chuva caia

alturas impossíveis num vôo rasante,

demente, sem volta,

paira no ar.

E isso parece tudo

                                     tudo 

                                                       que eu queria ter

                                                                               ser

                                              Com muita precisão!

Arriscar, por entre riscos e linhas,

folha vazia a milhas e milhas do nada.

Se é que?

Rien de rien

Dá-lhes logo mais um pingo de vida,

sem drama, não é nada que não uma vida.

Deixa de frescura, tô pouco me fodendo pra o que o Estado diz.

E uma luz que pisca, um néon que não apaga mais. Ei, vamos pela escada, tô precisando pegar um ar.

Degraus

Degraus

Degraus

Degraus

Degraus

Degraus

Degraus

Degraus

Degraus

Degraus

Degraus

Degraus

Degraus

Degraus

Degrau

Camaradas, é o futuro quem os chama.

Suave, tão distante do horizonte.

Suave é a chuva, demente.

Que nada te preocupe. Amém.

Paulo Henrique Mai
Enviado por Paulo Henrique Mai em 22/09/2014
Reeditado em 01/10/2014
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