DAS TRANSPARÊNCIAS PAIZAIS

Há paz

Em algum lugar, há

Talvez no rumo do rio

Na velha barca que vai

De encontro às correntezas

Percutindo descertezas

Há paz em algum lugar

Talvez onde eu me deixei

N’alguma curva do rio

Decerto ao fundo vazio

Nas transparências de lá

Ah, paz...

Há paz

Em algum lugar

Nas frias ondas de ar

De banzos, sonos, marolas

Barrancos, redes, gaiolas

Donde a mãe d’água a cantar

Arpoa a mim

Negro rio

Dizendo-me em desafio

Há paz

Em todo lugar.