A PROSÁICA
 

Ela torna a ver
A noite como sendo
A bela sua imagem
Que precisa retocar
De novo
Volta ao novo
Velho bar
Que a esquina
Dobra espíritos
Quais como luzes
Adentram seu ser
Querem o que tem
por mulher
nem tão pouco
o rosto angelical
que nada fascina
ainda que menina
mulher formusura
desenhada
num preto alucinante
que fica suspenso
a cada lance de cartas
em cima da mesa
quem provará
sua carne
que gosto terá
os lábios ofegantes
de quem a mira
diante da “falsa”
que de dia mal existe
pensa no que persiste
aquelas valsas
endiabradas
braços entre mãos
coladas
descem as pequenas
sensações
do sublime que quer
faz desaparecer
o vestígio infantil
que chegou
pra brincar
entre Deuses
monges e guerreiros
aventureiros
a face rústica
aparente só quer
beber o suco
que verte perfumes
ela deixa demonstrar
o que veio fazer
e quer sentir
esculpiu outra miragem
deseja a mulher
que eles tem por
imagem
já despida
quais outras cores
fascinam
devem esconder
aquilo que não desabotoa
quase nunca desce
quando ecoa
uma dança leve
ela voa p’ra dentro
dos espíritos da esquina
devora almas vazias
acorda com elas
em cima
foi morta mais uma vez
por querer ser vítima...