Da Muda Palavra
Os caminhos que a palavra nos permite
caminhar, como num úmido passeio
por campos íntimos do coração alheio
onde a tristeza empoça seu convite
são tristes pântanos, onde a dor já veio...
onde o amor já foi verde (acredite!)...
onde uma mágoa, empoçada, transmite
ao campo mental, o mal que o torna feio.
Por isso, caminhe mudo...não dê palpite...
não jogue, nas turvas águas, teu devaneio...
delírio, do qual, seu coração está cheio
o qual, no outro, não é útil que habite.
Assim, acalme a palavra; não agite
a já sedimentada dor, ali no meio.
19-05-2014