Da Muda Palavra

Os caminhos que a palavra nos permite

caminhar, como num úmido passeio

por campos íntimos do coração alheio

onde a tristeza empoça seu convite

são tristes pântanos, onde a dor já veio...

onde o amor já foi verde (acredite!)...

onde uma mágoa, empoçada, transmite

ao campo mental, o mal que o torna feio.

Por isso, caminhe mudo...não dê palpite...

não jogue, nas turvas águas, teu devaneio...

delírio, do qual, seu coração está cheio

o qual, no outro, não é útil que habite.

Assim, acalme a palavra; não agite

a já sedimentada dor, ali no meio.

19-05-2014

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 21/09/2014
Reeditado em 11/12/2015
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