Passageira
Sou a recusa elaborada pela decisão
Um recuo
A solidão a que me impus desacelerou meus passos
Vou como quero
Onde quero
E o silêncio abençoado me cerca
Me alegra
Sou meu fardo
E meu caso
Um fiapo de acaso
Tenho esse egoísmo em não partilhar de visões coletivas
Se o que vejo me assusta
Também me prepara
Me equilibra
Tenho meu próprio mar morto de ilusões
Antes lúdica
Agora lúcida
Tenho meu próprio mundo iluminado de esperanças
Vejo companhias como quem vê flores
Aprecio suas cores, texturas e aromas
Mas deixo-as livres para encantar outros olhos
E a paisagem do universo milenar
Me encanta
Me chama