Suspiro.

Nosso encontro do acaso, foi lindo dia de verão.

Tudo muito original. Nada igual como já fora.

O toque era uma graça.

Não mais do que meu braço distante deixei você estar.

Sempre foi assim.

Longas horas a rodar e nossos cabelos cresciam.

Víamos as crianças engolindo sujos bocados.

Eram só crianças brincando e correndo.

Lia um livro e você sorria fumando um cigarro.

Um cisco entrou no seu olho, com as lágrimas saiu.

Então penteei seus cabelos, longos cabelos.

Teve... quando não acreditou, não confiou.

Eu acreditei por você, queria você bem.

Foi por voce... Naquele momento, hoje sei que também foi por mim.

Os lutadores se despediram, junto com as cicatrizes.

Foram ficando pelo caminho sem deixar saudades.

Você pensava carro e eu dizia amor, num sorrido emaranhado.

Quando esparramou as nuvens eu estava vendo figuras.

Sentado sobre a grama que cheirava a orvalho fresco.

Molhei os fundilhos. Quando levantei parecia mijado.

Acariciou o rosto como se tivesse defronte a um espelho.

Demorou até que o percurso fosse completo, nem lembro se pisquei.

Cheirou, profundamente o chão e então,

Olhamos as flores e a ravina com sossego.

No bolso ainda carregava um prego, sei lá a quanto tempo.

Me disse sem dizer de sua alegria.

Olhou a paisagem com os olhos fechados.

Assim via o sopro do vento.

O ruído do silêncio estava claro e limpo.

Não raro, os cabelos cobriam a fronte,

Custei a rever sombrancelhas, elas foram afinando...

Você colocou sua mão sobre minha boca,

Com tamanho carinho que ela selou.

Nossos olhos encontrados, brilhavam.

Competindo com a luz do luar.

Deitado com o infinito pingado de estrelas à frente.

Olhei e vi que dormia, segurei sua mão fria.

Deixei-me ir junto olhando para as estrelas.