Dopado

Enquanto eu sangro caído nessa cova, a lua, minha antiga amiga, ri da minha cara e do meu estado caótico. Impossibilitado de me movimentar fico imaginando como vim parar ao lado desses corpos pútridos.

Nesta penumbra eu busquei abrigo. Ébrio eu tentei me enganar dizendo “ta tudo bem”, mas o uivo da cidade, essa fera faminta não pára de me perseguir, enlouquecendo-me e amedrontando-me.

Preciso de algo que seja mais forte, que me entorpeça de verdade e faça essas turvas vozes pararem de me enfraquecer. Algo que me faça adormecer, pra acordar só em dias melhores.

Juliano Rossin
Enviado por Juliano Rossin em 11/09/2005
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