NA RELVA
 
 
Como os raios vibram
Na estrada
Viram adereço do
Que sigo
Logo adiante para
Carro desço
logo contigo
Mato adentro
Veneno debruçado
Numa taça cheia
De inveja
Dos outros
Nós os loucos
Somos agora
Os “sem tempo”
lutamos por tempo
p'ro tempo

 não terminar
Um ritual destemido
Vamos atear fogo
Ver o sopro
De labaredas
Luzes na seda púrpura
De sua pele
Que invoco provoco
Em fim me distraio
desaparecido
na malícia 

Vejo o soslaio
Desinibido
Da libido que fica
a mostra

Senta se invoca
Quer o que de máximo
Posso ser
Qualquer inferno
Possa padecer o frio
Nascer debaixo pra cima
Numa rima
Designa bocas
Que falam por paladar
Vamos então comer
Nosso jantar
Trouxemos frutas
Carnosas
E dentes famintos
Descascamos
Emfim
Deglutimos
O sabor que fica
Do que
Dentro estava pronta
Mostrou a vitrine
Que troca de roupa
E deixa outra
Vidrada quase colada
Querendo
Ver-me de homem
A um abutre-instinto
Destroça quer o tutano
De um amor insano
Que pertuba
Os lobos do campo
Pirilâmpos de um céu
Que caiu a nosso
Desespero...