MUDANÇAS SEM MUDANÇA
As antigas ruas de terra,
Tabuleiros de brincadeiras e jogos adolescentes,
Repousam sepultas sob o asfalto.
As velhas árvores floridas e fortes,
Enormes guarda-sóis frondosos
Abertos sobre nossas fantasias,
Cederam espaço para o plantio de postes,
Em que não mais se podem gravar nomes.
Tanta mudança,
Tanta evolução sem volição.
Nos jardins que restaram
Crescem angústia e neurastenia.
Segue humilhado o homem,
Incapaz de controlar a fúria do Tempo,
As catástrofes de maremotos e ciclones,
Tornados e tempestades,
A mulher que sega e é cega,
Que canta e engana:
A morte.
imagem editada: google