RAZÃO E LOUCURA
Dentro do humano mora o sol e a lua... De manhã e de noite... A eterna
luta entre a razão e a loucura... O duelo entre a força da razão e a
força da loucura... O brilho e a sombra... O homem e a mulher... O
certo e o errado... O sol se conserva à pino na vida e na morte... São
12 horas... O trem da chegada não é o trem da partida... Esperança...
Desilusão... Parâmetros de normalidades que interpenetram na loucura
de não ser mesmo tentando e querendo ser o que nunca foi e o que nunca
poderá ser... A razão é uma loucura! A loucura é uma razão! Duelo...
Gladiadoras perfeitas, dinâmicas da vida que brinca, da vida que vive,
da vida que age... A razão do perfeito... Noções, ideais, filosofias
pré-concebidas... Jogo de regras... Brincadeira de máscaras... Teatro
do homem... Boneco de teatro... Loucura de poder ser o que não
existe... Atitudes reais... Teatro de sangue... Fantasia do coração...
Regras, normas, desvios... Loucura de ser o ser que se é na razão do
sol queimante, do sol sufocante, do sol secante...A eterna luta entre
ser e não ser... A eterna luta entre real e fantasia... Entre sonho e
realidade... Lutar ou aceitar? A razão se impõe e a loucura se
mutila... A noite não vem... É o homem que morre na fome e na sede da
verdade que mente a mentira e diz que é verdade... Razão na mente;
loucura no coração... A eterna luta... Ser ou não ser? Loucura de
ser... Razão de não ser... Caminhar pelo atalho... Arfar no desejo...
Fitar nos olhos dos olhos... Gritar nas entranhas da carne do eco
animal... Desejo aberto... Palavras diretas... Loucura! Loucura louca!
Loucura louca linda que acimenta a razão e desvirgina o coração... O
sol está forte, mas a lua é mais poderosa que infinitos sóis, que
infinitos teatros, que infinitas não emoções autênticas... Antes ser
louca do que ser um jogo teatral! Antes ser louca, mas ser eu mesma,
mesmo que seja pouco, que seja nada, mas que seja tudo em mim! Antes
ser louca, mas ser eu, com meus prós e meus contras, com meus trigos e
meus joios! Antes ser louca seguindo o meu atalho sem regra, sem
norma, sem rótulo, do que me queimar e me arder no sol, não querendo
amorenar nem tostar e morrendo na razão de não ser louca e ser louca
por se deixar levar e seduzir pela facilidade, pela acomodação da
razão! Estar louca, completamente louca é loucamente lindo, pois só na
loucura arrancamos a máscara pegada à cara, nos olhamos nos espelhos
de nós mesmos, tesouramos os dominós com que nos revestimos e somos
realmente o que somos na ribalta da vida.