Libertos
Uma nau solitária
De mim parte
Com olhos de porto seguro.
Nossas bandeiras entrelaçadas
Tremulam em êxtase
Ao toque do céu
De chumbo.
Há frutos
Abertos
Pelos caminhos das mornas marés
Desenhadas de outubro.
Do outro lado do horizonte
Estamos nós
Libertos do medo
Do que somos.
Aos poucos
Esvai-se a bruma
E as saudades
Docemente aconchegadas
Em arquipélagos
Deixam-se morder
Com a língua.