porvir

A vida virou uma fossa

Mas nas praças

O povo rir

o povo rir

o povo rir

Qual

Bosque provém

Tal alegria

O mendigo morto

Na calçada

Outros mortos de fome

E a política bate

No órgão da cognição

Bate

Rebate

E povo dança

Rebola

Que diabo!

Que tanta esmola;

Em que cabide

Suspendestes

Sente a perna

O frio na barriga

O medo ser

Se não

Sente deve estar

Morto

Mas

Essa alegria

De graça á base

Do canto secreto do rivotril

Nem te peço

Que ame

E desse amar

O coração responde

Eu sei que é muito

Não te peço que tenha

A vida da juventude

Alegre em sua própria

Inocência

Eu sei que é muito

Mas te peço a conexão

Necessário

Para que sinta

Que tua alegria

É feita de névoa e margarina

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Nos roubaram

Nos massacraram

Nos foçaram a vestir

Roupa que não nos cabe

Nos proibiram de sentir

Nos abrigaram

A ser o que não somos

A adaptar às suas máscaras

A amar o que não é amável

Nos abrigaram a ter

Medo e pior, ter medo

De seu próprio medo

E fazendo uso de jogos

Nos aterrorizaram;

E a gente, o povo, o mestre

O pedreiro, eu, tu ele,

Nem tchum par esse pesadelo

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 17/09/2014
Reeditado em 17/09/2014
Código do texto: T4965742
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