A MINHA MASCOTE!

Num determinado dia

No centro da freguesia

Assistiu-se a um aparato.

Os velhotes que ali estavam

Baixaram-se e espreitavam

Debaixo de um carro…um gato!

Andava esfomeado

Ou pensa-se que o coitado

Foi no motor, de boleia.

Meu pai ouviu-o miar

Sem mais nada se alvitrar

Teve logo uma ideia.

Agarrou-o o bichaninho

Que era como um amiguinho

Estando perto da fonte.

Depois foi mudando a rota

Montou o gato na mota

E desceu-o só no monte.

Logo se habituava

Parecia que ali morava

Há mais tempo, o esfomeado

Deu-lhe leite pra beber

Agora é nosso prazer

Traze-lo assim tão prendado.

Já come comida de lata

E o gato que no fundo é gata

Não sai dali um segundo.

Dá pulos de contentamento

Dá-nos muito mais alento

P´ra enfrentar os males do mundo.

Vê-lo a dormir é um regalo

Muito melhor se o embalo

Tal criança pequenina.

Nunca o bicho esperou

Que pra sempre mudou

Certa hora…a sua sina.

Vou cuidá-lo muito bem

Porque afinal também

É gente tal como nós.

Sei às vezes o que pretende

Mesmo sendo animal se entende

Que não precisa de ter “voz”.

O Poeta Alentejano
Enviado por O Poeta Alentejano em 17/09/2014
Reeditado em 17/09/2014
Código do texto: T4964968
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