A MINHA MASCOTE!
Num determinado dia
No centro da freguesia
Assistiu-se a um aparato.
Os velhotes que ali estavam
Baixaram-se e espreitavam
Debaixo de um carro…um gato!
Andava esfomeado
Ou pensa-se que o coitado
Foi no motor, de boleia.
Meu pai ouviu-o miar
Sem mais nada se alvitrar
Teve logo uma ideia.
Agarrou-o o bichaninho
Que era como um amiguinho
Estando perto da fonte.
Depois foi mudando a rota
Montou o gato na mota
E desceu-o só no monte.
Logo se habituava
Parecia que ali morava
Há mais tempo, o esfomeado
Deu-lhe leite pra beber
Agora é nosso prazer
Traze-lo assim tão prendado.
Já come comida de lata
E o gato que no fundo é gata
Não sai dali um segundo.
Dá pulos de contentamento
Dá-nos muito mais alento
P´ra enfrentar os males do mundo.
Vê-lo a dormir é um regalo
Muito melhor se o embalo
Tal criança pequenina.
Nunca o bicho esperou
Que pra sempre mudou
Certa hora…a sua sina.
Vou cuidá-lo muito bem
Porque afinal também
É gente tal como nós.
Sei às vezes o que pretende
Mesmo sendo animal se entende
Que não precisa de ter “voz”.