Sonetos 25, 26 e 27 do meu livro "Em todos os sentidos"
A FORÇA DO LUAR
Com este clarão que a lua me alumia,
Sua mensagem a ler meu peito aberto;
Fazer o que o querer me consumia,
Desejar tê-la e amá-la mais de perto!
Luar, que me devora, comungando
A minha admiração por tal beleza;
Nela humildemente vou entrando,
Pelo imenso portal da realeza!
E no seu hipnotismo - uma carona,
Que este meu ser, do mundo lá se esquece,
Quando sua força vem, bem na hora exata!
É íntimo amor dela que apaixona,
Por atrações que não só se enlouquece,
Mas, se vive e também, até nos mata!
ORAÇÃO CANIBAL
Mudas são minhas cores que pintei,
Mudos são todos os caminhos meus,
Sem sozinho estar onde passei,
Acompanhado das sombras do adeus!
Ó alvor, tu me cegues, sou tristeza!
Peno a cada suspiro e cada passo,
Eu só tenho na vida a tal certeza;
Que a morte já me espera em compasso!
Penando alienado irei correr,
E matarei o que me caça agora,
Dentro de ilusões onde vou morrer...
Na dor que sobrevivo só por fora;
Coração morto sem me socorrer,
Na amargura que reza e me devora!
LUAR DE ALMA
Ah, luar infinito e desmedido!
Ah, lua minha que a toda dor desata!
Lua há de olhar-me assim..., arrependido,
Por eu não ser tu, que bela assim me ata!
Luar de instigante véu de brilho,
Que me cobre e reflete olhares tantos,
É como ser eu na graça, o teu filho,
Que no bem, me protege com seus mantos...,
...Ricos e lindamente prateados!
Glorificada, digo-a impulsivo:
Por sobre teu chão, eu andar quisera...!
És símbolo maior dos ofuscados...
Óh lua..., quando você surge, revivo;
Quando te pões, é mi’alma que te espera!
Eduardo (Setedados)
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