O Sertão na Avenida
Nas veredas do sertão sem fim,
Caminham retirantes esquálidos,
Pés descalços, terra quente e ruim,
Na esperança de fugir, mesmo inválidos.
Nas avenidas das capitais modernas,
Desfilam robustos senhores engravatados,
Automóveis luxuosos, exibições externas,
Não se lembram daqueles entes desgraçados.
E nesses ambientes críticos, por desiguais,
Prevalece a violência e a violação das mentes,
Uns vítimas dos outros, por omissões fatais,
E a maioria cândida, composição de inocentes.