Noites*

Uma pista de dança
Na valsa das águas puras
Simetria do coração e a palavra

Luz que afasta o medo
Corpo translúcido do verbo
Um ato de ausência
Um veludo-limite que separa

Da paixão a incógnita
A estrela bebe a lua
E o sol é poesia nua

Perde-se nos sentidos
Rasga-se na cicatriz
Saboreia a beleza sem ver
Não se basta- uma sede abissal

Teme-se
Pois não existe
E a inexistência é de suor e sal

Vácuo
Na dor das sílabas
A compreensão
Da incapacidade
O passo que não sabe dar

E os poemas visitam
As noites

-a palavra é seu amor-

Karinna*


 
Karinna
Enviado por Karinna em 16/09/2014
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