PEDAÇO ARRANCADO

Pedaço arrancado de mim

no humano sem coração

desvairando e desvairado

pela vida e pela morte...

Olho esquerdo, peito direito

dilacerado e cortado

da pele, da carne

do homem perdido no céu...

Pedaço arrancado de mim

que anda a andar sem tino

com um olhar desvairado

no horizonte perdido a muito...

Na estrela que sobe

e na vida que somo

o pedaço se esconde

dentro do peito que adormece...

E no sonho que vem

uma luz sempre surge

a brilhar e a brilhar

no infinito de ser finito...

Na noite que cai,

no raio que vem,

no sol que brilha,

na boca que beija...

Pedaço arrancado de mim

sem porquês, sem motivos...

No ar que voará

e no mar que nadará...

No mundo ou em mim

que esconde de mim

o pedaço arrancado de mim

sem o mim saber do mim...

Pedaços que cortam e que arranham...

Me machucam e me sangram...

Palavras, atitudes, gente...

Pedaços que se soltam de mim...

E que vão embora

os pedaços que de mim se soltaram!

Que se percam no espaço

e que se afoguem no compasso!

carline
Enviado por carline em 16/09/2014
Código do texto: T4964208
Classificação de conteúdo: seguro