Sementes do Mal
Não acreditava em monstros
Até que um dia abri os olhos
E percebi que com vários convivia,
Bastava esticar o braço para tocá-los...
Sabia que existiam pessoas que usavam as palavras
Como se fossem afiados punhais,
Adagas mortais...
O que não sabia era que havia gente
Que personificava a Maldade,
Que sentiam perverso e doentio prazer
Em colocar em nossas cabeças coroas de espinhos
E desesperadamente felizes esperarem
Por nossa crucificação,
São pessoas que chocam ovos de serpentes
E tornam negras nossas nuvens de algodão
Estes seres nos tiram nosso mel
E sadicamente nos obrigam a beber o fel,
Salgam nossas comidas e as fazem desandar
Invadem nosso espaço outrora dourado e o pincela de cinza
São os protagonistas do Mal ,
Antagonistas do Bem,
Amantes do Feio ,
Comandantes do Terror,
Senhores do Medo ,
Sentinelas da Hipocrisia,
Vassalos da Sujeira,
Gente assim me deixa com enjôos
São os fantasmas que não felizes
Pela amargura de suas vidas mesquinhas,
Feias,
Cruéis ,
Sórdias
E hipócritas ,
Querem instaurar o Reino da Discórdia...
São pessoas que trazem no âmago de suas doentias almas
O fel do desespero ,
A podridão do sepulcro,
O veneno do ódio ,
As dores da ira...
Seres que não extraem o sal da Terra
Apenas espalham nela as sementes do mal
E eu que não acreditava em monstros,
Me deparei com vários deles
Ostentando belos rostos ,
Sorrisos perfeitos ,
Corpos esculturais,
Vozes afáveis ,
Aparências de anjos,
Andando por aí...