CRENÇA
creio nas coisas
e na ruína das coisas
creio naquilo
que é estranho
e quando recomponho
os fragmentos
os avessos
os desperdícios
de tudo que vivi
não suporto o fato
de que todas
as possibilidades
estão esgotadas
com o sentido
envenenado pelo desespero
capta-se
o súbito silêncio
e o disfarce
enterra as palavras
no esquecimento.