PALAVRAS VÃS
 
São livres as palavras
 mas têm suas faces
e variados disfarces...
 
Laçam, desenlaçam
e até embaraçam.
 
Clamam pela Paz,
pregam justiça, igualdade
porém, a tudo isso desfaz
quando usadas como farpas...
 
Alardeiam falsidades
que acenam, para a triste cena
da intriga e inimizade.
 
Sibilam em tons suaves,
como harpas,
escondendo a hipocrisia,
desonestidade e  ironia.
 
Do mal vêm ungidas,
pungindo em dor a alegria.
 
Ardilosas, iludem, tramam,
desunem e são armas perigosas.
 
Atormentam e da sua triste colheita
alimentam-se,
tais como correntes ou argolas
que a verdade sufoca ou degola,
afastando a concórdia
 e vangloriando-se da discórdia.
 
Fazendo da consciência,
que um dia haverá de pesar,
sua própria senzala
onde a palavra se torna escrava!
 
Banais, embalam a vaidade
do coração egoísta
em todo seu afã
de propagar a maldade.
 
Que pena!
São apenas, pequenas
palavras vãs...
 
25/10/2006
 
Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 22/05/2007
Reeditado em 25/10/2009
Código do texto: T496231