Da Primavera - II
De coração aberto...de alma escancarada,
chegou, dando risada...nem viu quem estava perto;
no peito encoberto, ouvi uma trovoada...
minha chuva amada, num tão árido deserto!
Sua voz tinha cheiro...fez, do meu silêncio, flor...
floriu canções de amor...canções de amor-primeiro...
sorriso-jardineiro...contentamento-cantor
que, de som e de odor, me inundaram inteiro.
No inverno calado, cantou a atmosfera;
e de triste que era...de riso tão ressecado,
passou a ser regado com alegria sincera.
E, da muda espera...do desamor tão gelado,
veio...quente...molhado...veio quem nunca viera :
amor de primavera, com seu canto perfumado.
14-09-2014