Templo*
Instalei-me.
Tatuei-me
Em teu templo vivo
Repouso entre tuas feições
Entrelaçada e carnuda
Nos teus lábios de fruta madura.
Aportei.
Ancorei
Ancorei
Minhas coxas na tua vela
Içada em melodias bailantes
Eróticas e afinadas
Rubras azuladas.
Estabeleço-me encarrapitada
Entre as firmezas
Da tua matéria dançarina
Embriagada e assistida.
Bebo-te as cadências
Dos teus hálitos de menta.
Escalo os degraus rochosos
Dos músculos das costas
Delicio-me nas encostas
Mergulhada no infinito
Dos teus longos braços
Ocultos céus em musicados
Espaços.
Sorvo tuas inusitadas marés
Cheias de saborosos sons
Que meus quadris naturalmente
Dançam na tua semente.
Ocupo-te uma porção
Considerável do peito
Entorpecida de carmesins
Trepadeira de azaléias vermelhas
Aromatizada de azuis teus.
Confesso:
Habito-te
Desde que senti teu respirar.
Karinna*