Dos Meus Relógios Inconclusivos

Nos meus relógios inconclusivos

já não é hora da morte passar

por entre os minutos do infinito

onde os segundos já não existem mais.

Nos meus relógios o arroubo dos dias

que transcendentes em êxtase senil

carregam o tempo ao arrebatamento

deixando nos ossos sensação pueril.

Nos meus relógios é o tempo da poesia,

indeterminado instante de inspiração

qual navalha na carne e o sangue nas mãos

e o cordeiro que orou em seu sacrifício.

Nos meus relógios são versos de tic-tacs

incessantes marcando sustenido e bemol

e nas frestas do tempo o alento do sol

enlevado às frontes dos meus girassóis.

Nos meus relógios a música termina

e o compasso do som é uma circunferência

que rocamboleia na mente a indiferença

de um verso ou outro verso d’algum final.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 14/09/2014
Código do texto: T4961336
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