É a lei de Benedito

Quem gosta do seco, ou do molhado,

É que nunca provou do quente, ou provou e se queimou

E quem tem medo de um tal de mal olhado, é quem dispôs o pior

dessa gente a quem amou, disparou um batimento

Mandando embora quem errou, sem dar chance de ser melhor

Quem tem medo do escuro, é que no claro não sabe guiar,

É que no mar mais puro, são as conchas que dizem qual beleza se salvar

E num balé lentamente a mergulhar, falam mal das pedras a quem só sabem pesar

De um modo mais gritante são enfeite do mar, a quem apenas tem ondas meras

Mordiscando pedacinhos de ruindade afim de as pedras lapidar

Quem com outros olhos vê, com outras vozes será dito

É a lei de Benedito, que diz que ganharemos apenas o que pudermos doar

E não seremos mais que o que bendizemos, sentimentos e temas

De um mar em fúria e cinzento, um asfalto quente onde não podemos pisar

Mentiras mútuas, desejos benevolentes, grito alto dessa gente, que não sabe ao certo o que é amar.

Jaina
Enviado por Jaina em 13/09/2014
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