Música para acalmar as crinas

Sutilezas de seda nas palmas

Subterrâneas palmas

Sob alvuras

Planuras

Elevações e sinuosidades

Redondilhas rendadas sobre o peito

Cheiros de todas as larguras

Espalhados pelas reentrâncias

Das flores

Pistilos estrelados entre alvores

Línguas afiladas

Entrechoques e líquidos suspiros

Cobrem e arrodeiam os mamilos

Dançam finos dedos em allegros

Hora do banquete e dos cristais

Intermezzo, meu amor

Prima nota da partitura

Da língua da música em teus ouvidos

E dos versos na boca como chuvas

De brilhantes e anis em teus anseios

Quietudes de veludo sobre a mesa

Querem voar como andorinhas os seios

Pousam nos balcões

Enleios, vinhos

Um som do pinho na sala em desalinho

A nudez do quadro

Os horizontes dos prados

Galopam nos córregos brancos cavalos

Galopam os brancos e também os pardos

As crinas ao vento

Encontrado o mar-espuma

Festejos

Miosótis

Perdidos no tempo dos teus braços

Regaço, templo

Altar e lenço